domingo, 30 de março de 2008
À procura de um anjo
O menino voltou-se para a mãe e perguntou:
- "Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum."
Como ela confirmava a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo.
- "É uma boa idéia" - falou a mãe. "Vamos os dois juntos".
- "Mas você anda muito devagar" - argumentou o garoto. "Você tem um pé aleijado".
A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava. E lá foram eles. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás.
De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas nos cabelos escuros. As jóias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis. Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:
- "Você é um anjo?"
Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu, na poeira da estrada. Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de pó. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou-se perto da mãe que o limpou, com o seu avental de algodão azul.
- "Ela não era um anjo, pois não, mãe?"
- "Com certeza, não. Mas um dia poderá tornar-se um", respondeu a mãe.
Mais adiante uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino. Os seus olhos eram estrelas azuis e ele perguntou-lhe:
- "Você é um anjo?"
Ela ergueu o pequeno nos seus braços e disse feliz:
- "Ontem à noite uma pessoa disse-me que eu era um anjo".
Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu o seu namorado a aproximar-se. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão. Foi tudo tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu.
- "Olha como sujaste o meu vestido branco, seu monstrinho!", disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado.
O menino ficou no chão, a chorar, até que chegou a mãe e lhe enxugou as lágrimas com o seu avental de algodão azul. Aquela moça, certamente, não era um anjo.
O garoto abraçou o pescoço da mãe e disse estar cansado.
- "Você me carrega?"
- "É claro" - disse a mãe. "Foi para isso que eu vim."
Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava. Então, o menino abraçou-a com força e perguntou-lhe:
- "Mãe, você é um anjo?"
A mãe sorriu e disse mansinho:
- "Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu..."
William J. Bennett
Fonte: Armazém dos Sonhos
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1 comentário:
OLÁ LINDINHO ANJO...
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